A ingestão inadequada de ómega 3 é um dos principais desequilíbrios nutricionais das últimas décadas.
Este estado provoca uma carência biológica que está consistentemente associada com muitas doenças da actualidade, como doenças cardiovasculares, cancros, doenças inflamatórias crónicas ou até distúrbios neuropsiquiátricos.
O deficit em ómega 3 resulta de vários mecanismos, um deles passa pela redução significativa no consumo de produtos vegetais fontes de ómega 3.
As directrizes da indústria agroalimentar favorecem o consumo de ómega 6 (óleos vegetais como milho, girassol) em detrimento dos ómegas 3 (peixes gordos).
Além disso, o deficit em ómega 3 é agravado pelo aumento de consumo e produção de ómega 6 de cadeia curta (ácido linoleico), que contribuem para o desequilíbrio do rácio ómega 3/ómega 6.
Nas dietas restritivas o consumo de ómega três é frequentemente desfavorecido. O deficit é devido não só às causas acima mencionadas (baixo consumo de alimentos ricos em ómega 3), mas também a taxa de conversão endógena e biossíntese, que tem valores mais baixos a partir dos cinquenta anos.
Alguns distúrbios digestivos, tais como insuficiência hepática ou distúrbios na digestão lipídica contribuem para uma pobre absorção intestinal destes ácidos gordos.
A intervenção nutricional para suprir estas carências deve ter por base quatro áreas principais: fornecer o aporte recomendado das doses diárias, optimização do rácio ómega3/ómega 6, garantir uma boa assimilação digestiva e controlar possíveis situações de uso excessivo de ácidos gordos.
Em suma, a carência em ómega 3 deve corrigida por uma boa escolha de alimentos, tanto pela origem dos mesmos bem como o modelo alimentar realizado. A suplementação nutricional é muitas vezes necessária para obter as doses diárias recomendadas de ácidos gordos essenciais de cadeia longa para a prevenção de doenças. Em paralelo deve ser configurado uma estratégia antioxidante.