Os implantes dentários são actualmente uma realidade segura e previsível para aqueles pacientes desdentados que desejam reabilitar sua saúde oral.
No entanto, o procedimento apesar de seguro e simples pode acarretar nalguns casos complicações para o paciente, quer pós-operatórias, quer a longo prazo.
Complicações pós-operatórias:
Na maioria dos casos a cirurgia de colocação de implantes não dá dor nem complicações após a cirurgia, no entanto, nos casos em que as condições ósseas não são as mais favoráveis, e onde muitas vezes tem que se recorrer a enxertos ósseos o paciente pode sentir uma dor ligeira associada a edema (inchaço) e algumas vezes até um ligeiro hematoma.
Nestas situações o médico dentista/implantologista consegue prever e medicar adequadamente o paciente de forma a minimizar este tipo de situações.
Outra das complicações que pode surgir um tempo após a cirurgia é a não osteointegração do implante, isto é, não há uma estabilidade e integração do implante no osso alveolar.
Esta situação, devido às constantes evoluções tecnológicas e à anatomia e características dos implantes actuais, são cada vez mais raras. No entanto continuam a existir alguns casos que na maioria das vezes estão associados a uma combinação de vários factores, como por exemplo:
– Pacientes fumadores
– Paciente com periodontite
– Pacientes com alguma doença sistémica como a diabetes
– Pacientes com má higiene oral
– Pacientes com pouco osso alveolar que faz com que a exigência dos enxertos e regeneração óssea seja mais complexa
Complicações a longo prazo:
A complicação a longo prazo mais frequente e que é um tema hoje em dia de grande preocupação para o médico dentista/implantologista é a periimplantite.
A periimplantite surge em primeira instância através da acumulação de biofilmes bacterianos em redor dos implantes e que são causa de mucosites, isto é, inflamação da gengiva em torno do implante devido a uma higienização deficitária do mesmo. (o equivalente à gengivite nos dentes).
Neste sentido, e uma vez que a mucosite tem tratamento rápido e eficaz é urgente e necessário que um paciente com implantes dentários efectue consultas de controlo regulares para que o médico dentista possa verificar o estado de saúde dos tecidos em torno do implante e possa instruir o paciente de como melhorar a sua higiene.
Hoje em dia existem uma série de dispositivos de limpeza, como o implantefloss da Gum®, desenhados para higienizar o colo do implante de uma forma eficaz.
No caso da mucosite não ser tratada aí sim poderá evoluir para uma periimplantite, que significa uma perda óssea em torno do implante (equivalente à periodontite nos dentes).
A periimplantite quando diagnosticada numa fase inicial também poderá ter tratamento no sentido de travar a sua evolução. Em casos mais graves poderá mesmo levar à mobilidade do implante o que faz com que o paciente o acabe por perder.
Mucosite Periimplantite
A mucosite/periimplantite também poderão ter mais prevalência em pacientes com problemas de saúde, fumadores e principalmente com maus hábitos de higiene oral.
Em conclusão, podemos afirmar que as complicações podem ocorrer em qualquer fase do tratamento e se não diagnosticadas atempadamente e tratadas adequadamente, podem ocasionar a perda dos implantes, devendo o cirurgião estar apto a intervir no momento necessário.