Mitos e frases feitas sobre os homens há para todos os gostos. Mas continuamos a perguntar-nos porque os homens não gostam de psicologia clínica?
Há quem diga que não choram, que só pensam em “mulheres, carros, futebol e sexo”, que nunca pedem indicações porque têm um sentido de orientação fantástico, que não falam sentimentos porque não são lamechas, entre tantas outras ideias pré-concebidas.
Mas um facto que eu constato ao longo da minha carreira é que os homens recorrem muito menos à ajuda profissional, da psicologia clínica.
Esse é um facto. E durante muito tempo me perguntei porquê.
Há algum tempo, em conversa com uma colega psicóloga clínica, ela deu-me uma teoria muito interessante e pertinente.
Ora pensemos. Os homens são isto tudo que enunciei, fazem-se durões e machões, logo têm uma reputação a manter junto do sexo feminino e dos seus pares.
E eles próprios alimentam isto porque é o que a sociedade espera deles, mesmo que nem sempre seja assim. Por um lado, os mitos e crenças são redutores e uma forma de hipérbole na leitura social de géneros, por outro lado, são alimentados pelos mesmos.
Porque os homens não gostam de psicologia clínica? Porque lhes descobrem “a careca”, e afirmam perante os outros que são pessoas “normais”.
E há mesmo homens que vão ao psicólogo.
A consulta de psicologia clínica e os homens
Numa consulta de psicologia clínica não são obrigados a falar do que não queiram, porém, todos os assuntos são colocados em cima da mesa mostrando algumas das suas fragilidades.
Se há coisa que qualquer homem não gosta é de dar parte fraca, mas os seus receios e inseguranças são os mesmos que de qualquer outra pessoa. Por muito que os homens não gostem ou tenham medo da psicologia clínica, ela apenas ajudará a estabelecer fronteiras, clarificar ideias e a aliviar qualquer forma de tensão que possa estar incutida.
O homem não precisa ter medo da(o) psicóloga(o) clínica(o) pois não é isso que coloca em causa a sua estabilidade emocional, a sua masculinidade ou sequer a sua imagem de pessoa assertiva e segura de si.
Sugestão da psicologia clínica aos homens
Comece por fazer alguma retrospectiva da sua vida até aqui. Anote o que o chateia, o que o incomoda, de que não gosta de falar, quais os momentos positivos.
Pode claro, recorrer aos seus amigos e familiares para desabafar e trocar ideias. Mas os conselhos que lhe são dados partem das experiências de cada, logo são enviesados.
A psicologia clínica dispõe de técnicas que não o vão aconselhar mas que desenvolvem e exploram a sua capacidade de resposta face às situações.
Os homens também devem desmistificar a ideia que conceberam da psicologia clínica e perder o medo!