A celulite é caracterizada principalmente pelo aparecimento de ondulações da pele, dando-lhe um aspeto de casca de laranja ou de colchão. É causada por 278x170_celulitealterações no tecido adiposo (sob a pele), em conjunto com alterações na microcirculação e um consequente aumento do tecido fibroso

Celulite como o próprio nome sugere, é uma inflamação da célula e dos tecidos. Há uma série de alterações bioquímicas e metabólicas na matriz extra celular do tecido subcutâneo.

É um estado patológico dos tecidos cutâneos e subcutâneos, caracterizado por uma acumulação de líquidos e gordura que não pode ser eliminada pelos mecanismos habituais, como a dieta hipocalórica ou o uso de diuréticos. É uma modificação do tecido conjuntivo, na maioria dos casos acompanhada com edema e inflamação.

 

Porque é que a celulite aparece?

A Celulite está na hipoderme (abaixo da derme e epiderme) e resulta do aumento do tecido adiposo – não significa que haja um processo de aumento de gordura, pois não se prende exclusivamente com a obesidade, há pessoas magras com mais celulite que pessoas obesas.
No entanto, a gordura, que pode ser pouca, e os líquidos, comprimem os vasos sanguíneos, impedindo a corrente sanguínea, dificultando a drenagem de líquidos e toxinas. Este processo, por sua vez, irá provocar o endurecimento das fibras do tecido conjuntivo, puxando a pele para baixo, criando o aspeto “acolchoado” que vemos nas nádegas, coxas, braços, ou seja, a celulite.

É portanto um processo inflamatório em redor das células adiposas.

Quando os adipócitos (células gordas) aumentam de tamanho, o interstício (substância líquida que existe entre as células) passa a ter dificuldade em passar entre os adipócitos, ficando estagnado. Em consequência desta estase, ou seja, perda de mobilidade, há alterações na sua qualidade e características. Como as toxinas não conseguem ser transportadas para os vasos linfáticos, encarregues de filtrá-las, elas acumulam-se. É por esta razão que a concentração destas toxinas começa a aumentar e a transformar o interstício numa substância viscosa e inflamada.

O nosso corpo quando percebe esta alteração vai desencadear uma resposta de defesa: aprisionar estas substâncias e células para isola-las dos outros tecidos restringindo aquele mal apenas à zona já afetada. Para isso produz mais fibras (fibrina), aumentando as já existentes. Tudo ao redor dessa área passa a estar aprisionado e estrangulado: vasos linfáticos, veias, artérias.

Passa-se para um 2º estágio de evolução da celulite, as toxinas que se foram acumulando atingem um ponto crítico de toxidade e produzem hematomas, “durões”, dor sob pressão, nódulos, até que surgem as placas de celulite.

Ou seja, uma das causas da celulite é a diminuição da velocidade de drenagem dos vasos linfáticos, que provoca uma inundação no tecido conjuntivo.

Essa desorganização fibrosa é a responsável pela existência da celulite. É por causa de sua existência que quem sofre de celulite pode até emagrecer, mas se não romper com essa organização fibrosa não obterá uma melhoria significativa da mesma. É também a razão pela qual existem magras com celulite.

  • As células adiposas alargam, devido à acumulação de gordura
  • As paredes capilares tornam-se excessivamente permeáveis causando a acumulação localizada de fluidos
  • A drenagem linfática insuficiente demora a eliminação do excesso de fluidos
  • As células adiposas agrupam-se e ficam ligadas por fibras de colagénio, impedindo a corrente sanguínea
  • Os fios de tecido conjuntivo endurecem, contraem-se, e puxam a pele para baixo.

 

FASES DA CELULITE

Existem várias fases e tipos de celulite:

 

Fases da Celulite:

  1. Fase Edematosa ou Congestiva Simples: fase de curta duração caracterizada por estases circulatórias e veno-linfáticas, abrandamento do fluxo circulatório venoso e linfático. O processo de drenagem do líquido intersticial (liquido que circula entre as células) torna-se mais lento.
  2. Fase de Polimerização: a estase circulatória persiste e as paredes dos capilares deixam passar líquidos para o tecido subcutâneo impedindo o funcionamento normal do mesmo. Existe uma compressão das terminações nervosas e diminuição da elasticidade cutânea. O tecido conjuntivo torna-se espesso e gelatinoso.
  3. Fase Fibrosa: separação e proliferação das fibras dos tecidos, tornando a derme e hipoderme fibrosa. Dá-se um aumento da presença de fibrina (proteína fibrosa) e uma diminuição de colagénio. Este tecido fibroso comprime as estruturas vasculares. A hipoderme é aprisionada em vacúolos que contêm os adipócitos e os nódulos celulíticos.
  4. Fase Esclerótica: o tecido conjuntivo torna-se cada vez mais espesso e hermético, conduzindo à esclerose progressiva dos tecidos e estruturas envolventes.