O glúten e as implicações para a saúde

Será que o glúten dos nossos dias é responsável por doenças e contribui para o nosso mal estar? Devemos retirar o Glúten da nossa alimentação? Saiba se é sensível ao Glúten e será importante, no seu caso, diminuir, retirar ou encontrar outros cereais mais saudáveis.

Nas Clínicas Viver realizamos testes de intolerância alimentar e exames de avaliação de saúde. 

Glúten

O que é o Glúten?

O glúten resulta de uma mistura de proteínas (gliadinagluteninaalbumina e globulina) que existe nas sementes de vários cereais como o trigo, cevada e centeio.

O trigo atual, cereal mais amplamente usada na alimentação moderna, é composto aproximadamente (dependendo das “espécies”) por 70 % de hidratos de carbono, 15% de proteínas e fibras insolúveis e alguma gordura nomeadamente fosfolípidos e ácidos gordos polinsaturados

O glúten pode ser obtido a partir da farinha de trigo e de outros cereais, separando-se a parte proteica do glúten, composta por prolaminas e gluteninas (que são insolúveis em água), da parte proteica solúvel em água (Albuminas) ou solúvel em soluções salinas (Globulinas) e do amido  (fécula). Assim forma-se uma massa de farinha e água letal para a maioria dos intestinos mas a responsável pelas características agradáveis de textura e aspecto dos bolos, pães e pastelaria.

Porque é que o Glúten pode ser prejudicial?

O exponencial aumento no consumo do trigo obrigou a que nos últimos anos 50 -60 anos a produção fosse profundamente aumentada.

Assim, a evolução da ciência com métodos cada vez mais eficazes na área da genética levaram a que os cientistas alterassem a espécie original de trigo, o triticum turgidum, dando origem ao trigo dos nossos dias bem diferente do original.

Esta nova “ espécie “ de trigo, resultado dos processos de manipulação genética desenvolvida pelos dos cientistas e que origina uma espécie mais resistente à doença, ao calor às intempéries e de maior rendimento, satisfazendo assim as necessidades económicas das sociedades atuais.

Assim, o produto a que chamamos trigo e que comemos hoje nada tem que ver com o original.

O trigo de hoje tem 40 vezes mais glúten do trigo originário.

Este processo de hibridação conferiu ao trigo e outros cereais com glúten a capacidade de interferir com o nosso sistema imunitário e originar reações de intolerância com manifestações intra  e extras intestinais.

Além dos doentes Celíacos, que geneticamente não metabolizam o glúten por falta de enzimas, existe uma grande percentagem da população que é intolerante ao glúten.

Enquanto os celíacos têm manifestações graves, agudas e que ocorrem logo após a ingestão do glúten, como diarreia, dor e / ou desconforto abdominal, os intolerantes têm outro tipo de reações que muitas vezes não se relacionam com a ingestão do glúten e por isso de mais difícil diagnóstico.

Para estas pessoas, o Glúten é prejudicial e responsável por uma série de patologias além de existir uma percentagem significativa da população Celíaca oculta ou não diagnosticada.

Efeitos prejudiciais do Glúten no seu corpo

Além das manifestações digestivas como o inchaço, gases e desconforto abdominal, o trigo está relacionado com outras doenças extra intestinais. Localmente o Glúten alterar a permeabilidade Intestinal com desequilíbrio da flora e muitas vezes situações de candidíase intestinal. Estes desequilíbrios traduzem efeitos extra intestinais como:

  • Peso e vício pela comida
  • No seu cérebro – o glúten é neurotóxico
  • Pele, Diabetes e doenças cardiovasculares
  • Envelhecimento, infertilidade, alterações cognitivas, anemias resistentes,
  • Autismo, Esquizofrenia, Doenças autoimunes

Onde Existe Glúten?

O trigo existe em quase tudo, desde fontes mais evidentes como os cereais do pequeno-almoço, pão, pastelarias, massas, até em alimentos que não associaríamos ao glúten como bebidas como as cervejas, vodkas, whisky (a partir de trigo e cevada), alguns molhos, Ketchup, aperitivos, algumas sopas etc.

Trigo comum ou mole, inclusive o gérmen e o farelo de trigo, Trigo espelta, Centeio, Aveia, Cevada, Kamut e existem outros derivados que contêm glúten, como o Seitan (usado pelos vegetarianos para substituição da carne. É composto por glúten quase puro, Bulgur, Cuscus de trigo, Gnocchi etc.

Se quiser ou tiver de retirar o glúten da sua alimentação poderá substituir estes cereais por equivalentes sem glúten, como o milho, arroz ou mandioca. Trigo sacarreno ou trigo mourisco, Millet ou milho painço, Quinoa, Farinha de Alfarroba, Amaranto, Farinha de Araruta, Farinha de leguminosas (soja, grão-de-bico, lentilhas, feijão) Farinha de côco, Farinha de amêndoa, Farinha de castanha.

O que fazer para saber se devemos retirar ou reduzir o glúten?

Devem ser feitos testes para determinar a sua tolerância ao glúten e avaliar a sua função intestinal, permeabilidade intestinal, flora intestinal e inflamação.

Nas Clínicas Viver aconselhamo-lo e damos-lhe informações para que possa conscientemente decidir se deve eliminar ou não o glúten da sua alimentação.