A boca é a porta de entrada para dentro do nosso corpo e os dentes estão totalmente conectados com o resto do organismo. Esta é a base do que é conhecido como a Medicina Dentária Neurofocal ou Integrativa, uma abordagem que considera a pessoa como um todo, e, por esta razão, um problema dentário, um tratamento efetuado, um material utilizado na boca podem ser causa ou influenciar fortemente problemas de saúde geral.
Desta forma, a medicina dentária integrativa não é uma nova área da medicina dentária mas sim um conceito baseado em príncipios muito bem estudados e que nos apontam para uma visão completamente integral do doente onde a boca e os dentes não só estão conectados com todo o corpo como são o principal e primeiro contacto permanente do exterior com o interior podendo ser responsável por desiquilibros provocados em zonas à distância. Esta atitude leva-nos muitas vezes a alterar a tomada de decisão relativamente a determinadas situações na boca que de outra forma poderiam passar despercebidas.
O que se faz de diferente na Medicina Dentária Biológica?
A primeira consulta já é diferente. Nesta, é feita uma história de vida direcionada para a saúde física-emocional-mental que pode ser de enorme importância não só no momento da decisão acerca do método de atuação em boca, mas também na relação do que está a afetar os dentes com o restante organismo.
Os materiais são cuidadosamente selecionados de modo a evitar que sejam colocados em boca materiais irritantes ou intolerantes para cada pessoa individualmente. Se já tem materiais em boca, pode testar se estes estão a interferir com a sua saúde geral.
As amálgamas (conhecidas como “o chumbo nos dentes”) são materiais que contém mercúrio na sua composição e que podem afectar bastante a sua saúde. Na medicina dentária integrativa apoiamos a sua substituição utilizando protocolos rigorosos de segurança. A International Academy of Oral Medicine and Toxicology (IAOMT) desenvolveu um protocolo muito exigente para a remoção das amálgamas em segurança e dedica-se bastante ao estudo das consequências para a saúde da acumulação de mercúrio proveniente destes materiais dentários ao longo dos anos. Doenças degenerativas, auto-imunes e depressão são algumas das principais doenças que podem ter como um dos factores agravantes a intoxicação por mercúrio.
É também dado uma maior ênfase à prevenção em Medicina Dentária que se caracteriza por ser minimamente invasiva, tentando, por isso, intervir o mínimo possível.
Em que outras áreas se apoia a Medicina dentária Integrativa?
A medicina dentária integrativa e biológica utiliza fortes aliados como ferramentas complementares fundamentais e que actuam de forma sinergica com os tratamentos convencionais de medicina dentária.
- Terapia neural: uma técnica com grande base ciêntifica que actua a nível do sistema nervoso provocando uma desprogramação a nível celular e promovendo uma neuromodelação.
- Ozonoterapia uma técnica que utiliza o ozono medicinal pelas suas excelentes propriedades antifúngicas, antibacterianas, cicatrizantes e modeladoras do sistema imunitário.
- Óleos essenciais quimiotipados, que apresentam um potencial de acção terapeutica supreendente em inúmeras situações clínicas. Fungos, aftas, gengivite, periodontite e cicatrização pós-cirurgica são alguns dos exemplos onde os óleos quando devidamente seleccionados são altamente eficazes.
- Acupuntura ou hipnose podem também ser utilizadas para o relaxamento e preparação dos doentes para as cirurgias permitindo também uma grande melhoria da sua recuperação no período pós-operatório.
- Homeopatia, quando devidamente utilizada pode actuar na prevenção das doenças orais, na manutenção ou no tratamento evitando muitas vezes a sobrecarga de químicos
- Nutrição funcional e ortomolecular, para corrigir os terrenos biológicos e dar ao corpo os alimentos necessários para controlo e prevenção das doenças orais
- Osteopatia, na correcção da postura e alívio da dor orofacial provenicente de disfunção da ATM (articulação temporo-mandibular)
- Modo de vida, para gestão e controlo de stress que levam muitas vezes ao aumento de incidencia de doenças orais e dor orofacial