A lactose é um dissacarídeo encontrado no leite e produtos lácteos em quantidades variáveis. Da digestão da lactose resultam dois componentes mais pequenos: a
glicose e a galactose. Esta digestão (hidrólise) no intestino exige a intervenção de uma enzima – a lactase, que se situa na parte apical das células intestinais. A ausência ou a redução da atividade desta enzima leva a uma não digestão da lactose e fermentação intestinal, o que provoca alguns distúrbios. Em adultos, a intolerância à lactose é frequente, sendo a sua prevalência de 70% em todo o mundo e com grande variação a nível geográfico. Sendo 100% em alguns países asiáticos e apenas 35 a 45% em França.
A intolerância à lactose pode ser primária, muitas vezes genética ou de origem secundária, por exemplo, como consequência de uma gastroenterite. A intolerância primária é genética, irreversível e permanente, as intolerâncias secundárias são transitórias e podem durar entre algumas semanas a meses.
Os sintomas clínicos são expressos de maneiras muito diferentes. Pode tratar-se de um desconforto local simples até problemas digestivos persistentes, fezes moles, ou inchaço abdominal.
A intolerância à lactose pode causar manifestações extra digestivas e que se podem expressar de maneira muito diferente. Assim, a intolerância genética pode ser total (alactasia homozigótica) ou parcial (alactasia heterozigótica). Na prática, alguns indivíduos intolerantes podem não expressar sintomas até uma certa quantidade de lactose, por exemplo, ser intolerantes a dois copos de leite por dia, mas tolerar o iogurte onde a concentração de lactose é mais baixa.
Na alimentação tem de se ter em conta se os indivíduos são 100% intolerantes à lactose (como a população asiática) e, nesses casos deve haver uma substituição dos laticínios por equivalentes, por exemplo, leite sem lactose, ou então, um equilíbrio nutricional e micronutricional na ausência total de produtos lácteos.
A intolerância à lactose é comum e é facilmente detetável através de um exame de intolerância alimentar. O objetivo depois do diagnóstico é suprir as necessidades nutricionais após retirar os produtos lácteos e melhorar o ecossistema intestinal. A saúde do intestino é fundamental nestes casos.