As baixas concentrações de Iodo são endémicas e cada vez mais evidentes em muitos países desenvolvidos. Níveis baixos de Iodo provocam alterações na produção das hormonas da tiroide, hipotiroidismo e complicações ósseas de curto prazo, mas não só !!!
O iodo é um microelemento essencial para a síntese das hormonas da tiroide (T3 e T4) influenciando por isso o funcionamento da tiroide, hormona responsável pela manutenção do ritmo corporal, produção de ATP, controlo termogénico, ritmo cardiovascular,
A dose diária de iodo recomendada (RDA) é de 150 microgramas em adultos e 250 microgramas em grávidas e lactantes, mas o limite de 200 microgramas tem sido avaliado. Normalmente, a suplementação é realizada através da dieta, mas, hoje em dia, a alimentação encontra-se com grande carência de iodo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30% da população mundial sofre insuficiência da ingestão de iodo. Trata-se de um problema de saúde pública de escala global, caracterizado por altas proporções de grupos populacionais com baixo consumo de iodo, especialmente em regiões como Europa, Mediterrâneo Oriental e África.
Os seres humanos apresentam de 25 a 50 mg de iodo no organismo, sendo 43% localizada na tiroide, 35% na mama e 22% no restante do corpo, como: estômago, pele, glândulas salivares, artérias, colo do útero, articulações, ossos, entre outros.
Esta carência pode também estar relacionada com a formação de quistos não só na tiroide mas também no ovário, útero, mama. Sabe-se que 93% das mulheres americanas sofrem de doença fibroquistica da mama e que quanto mais tempo esta doença está presente, maior é o risco potencial do desenvolvimento de cancro de mama. Estas glândulas são iodo dependentes, se não têm este elemento disponível começam a formar quistos. Com o tempo os quistos transformam-se em nódulos e os nódulos podem transformar-se em pré cancros.
Um estudo randomizado demonstrou que a suplementação de iodo (3 a 5 mg), reduzia a sensibilidade mamária, nódulos e fibroses em 70% das mulheres tratadas (Ghen WR al., Can. J. Surg., 1993). A ingestão de iodo está associada a menor incidência de cancro de mama, enquanto a menor ingestão está associada a maior ocorrência de cancro de mama. A incidência de cancro de mama é 3 vezes maior em pessoas com bócio resultante de deficiência de iodo.
As mulheres japonesas são as que mais ingerem iodo no mundo e a taxa de mortalidade por cancro de mama menor em relação a outros países. Foi verificado também que as mulheres japonesas que adotam uma dieta de estilo ocidental têm maior taxa de cancro de mama em comparação com as que comem algas (Miller et al., J. Am. Phys. Surg., 2006)
Manifestações como: indisposições gástricas, má digestão, podem também refletir pouco iodo. Este oligoelemento está também concentrado no epitélio do estomago. A falta de produção de ácido clorídrico, hipocloridria pode estar relacionada com a baixa de Iodo.
A deficiência de iodo é a também considerada uma das principais causas evitáveis de dano cerebral em fetos e crianças e do atraso no desenvolvimento psicomotor.
Nas grávidas já vai sendo aceite a suplementação com iodo. Há muitos estudos que sugerem que o QI da criança aumenta com níveis corretos deste oligoelemento. Há também evidências que sugerem a importância da avaliação da necessidade de suplementação de Iodo no pós-parto e na amamentação.
Quando a mãe tem pouco iodo a criança cresce mais lentamente e tem menor desenvolvimento mental.
O iodo também é importante para manter a pele, o cabelo e as unhas saudáveis e tem uma ação quelante de metais pesados, ou seja ajuda a eliminar metais pesados
Infelizmente na medicina não se suplementa, por norma, com iodo. Muitos ainda temem que o Iodo possa lesar a tiroide.
No entanto, já no início do século, Albert Szent Györgyi, prémio Nobel e o médico que descobriu a vitamina C em 1928, comentou: “Quando eu era um estudante de medicina, o Iodo na forma de KI (iodeto de potássio) era o remédio universal, ninguém sabia o que ele fazia, mas certamente fazia algo muito bom”.
É necessário considerar também o excesso de Bromo (brometos do fermento do pão por exemplo), cloro (piscinas, saunas, agua quente do nosso banho diário) e fluor, a que todos hoje em dia estamos sujeitos. Estes oligoelementos com características químicas semelhantes ao iodo ( fazem parte do mesmo grupo da tabela periódica – halogéneos), muitas vezes “fazem-se passar” por ele e enganam o nosso organismo. Se os recetores estão ocupados pelo cloro ou bromo ou fluor, tão abundantes no nosso dia-a-dia, o Iodo não se liga ao recetor e prejudica o funcionamento da tiroide. Podemos ter iodo na quantidade de certa mas não no local certo!
Medo de dar Iodo! Porque não quantificar o Iodo no sangue? Porque não fazer o iodo na urina de 24horas?
O iodo não apresenta toxicidade se consumido em dosagens de 10 até 20 vezes a sua necessidade diária. A ingestão cronica e excessiva de iodo pode causar um aumento do volume da tiroide, que resulta em bócio.
Fique atento! Se não transpirar com facilidade, quando faz exercício físico, por exemplo, pode estar com reservas baixas de iodo na pele. 20% do iodo no organismo humano é armazenado na pele, especificamente nas glândulas sudoríparas. A falta de Iodo nestas glândulas manifesta-se com pele seca e a diminuição da capacidade de transpiração.
Opte por usar na cozinha flor de sal das salinas com iodo ou sal dos Himalaias, ambos ricos em iodo, algas e peixes de mar e marisco.