Um outro grupo de pesquisadores dos EUA em Bethesda (Maryland), estudou os dados fornecidos por um estudo de coorte prospetivo com 388.000 EU-americanos. De acordo com o estudo, no grupo suplementado com cálcio, morreram 20% mais homens do que no grupo controlo, após 12 anos. Os pesquisadores não encontraram correlação entre a dose e a taxa de mortalidade devido a eventos cardiovasculares e o cálcio só foi consumido através de alimentos. Supõem que uma das justificações para a maior incidência de doença cardiovasculares possa ser os níveis continuamente elevados do cálcio que promovem uma deposição do fosfato do cálcio nos vasos sanguíneos.
E o cálcio? Será tão importante como nos fazem crer?
Um estudo sueco efetuado com 61.433 mulheres seguidas durante 19 anos revela uma mortalidade cardiovascular e de outras origens, muito acrescida naquelas que tomaram suplementos alimentares contendo 1.400 mg ou mais de cálcio.
Parece que a principal problema é a toma de suplementos de cálcio sem as concentrações necessárias em magnésio. O magnésio é essencial para que o osso consiga absorver o cálcio. Suplementos ou alimentos que não contenham quantidades necessárias de magnésio podem provocar calcificações nos tecidos moles (pedras nos rins), articulares (periartrites escapulo-umerais), musculares (miosites calcificantes), bem como depósito nos vasos sanguíneos, o que aumenta os riscos cardiovasculares.
Vários estudos associam o consumo de leite e produtos lácteos a várias doenças. Hoje sabe-se que estes produtos podem também estar associados a doenças causadas por depósitos de cálcio no organismo. A maioria dos produtos lácteos não contém magnésio suficiente que permita a absorção ótima de cálcio nos ossos.
É, assim, preferível o recurso a fontes de cálcio não lácteas: águas minerais, amêndoas, crucíferas (brócolos, couve-flor, couves de Bruxelas), peixes gordos (sardinhas, por ex.), Kombu, wakame…
Em algumas receitas, as bebidas vegetais ricas em magnésio e enriquecidas em cálcio podem substituir o leite de vaca.