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O que é?

Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do valor de referência tendo em conta a idade e o sexo, o que dificulta a chegada de oxigénio a todo o corpo. Algumas formas raras de anemia são resultado do mau funcionamento do próprio organismo, enquanto outras resultam de défices de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico.

 

Tipos de anemia

Existem sete tipos de anemia, divididos em dois grupos: os que têm origem no próprio organismo e os que estão ligados a falhas nutricionais.
Primeiro grupo:
. Anemia hemolítica – destruição precoce das células vermelhas do sangue;
. Anemia de células falciformes – defeito estrutural hereditário dos glóbulos vermelhos;
. Anemia sideroblástica – incapacidade de criar ou utilizar hemoglobina;
. Anemia aplástica – doença autoimune na qual a medula óssea diminui a produção de células sanguíneas. Os sintomas mais comuns são o aparecimento de manchas roxas na pele, hematomas frequentes e dificuldade em parar hemorragias.

Segundo grupo, e mais comuns:
. Anemia ferropriva – défice de ferro que pode ter como causas perdas de sangue e hemorragias (como por exemplo nas fezes e durante a menstruação), ou a má absorção de ferro. Tem uma maior incidência nas mulheres e pode provocar problemas na tiroide e sintomas como cansaço e falta de energia. Aconselha-se associar a vitamina C ao ferro na mesma refeição, de forma a melhorar a absorção do mesmo.
. Anemia perniciosa – deficiência na absorção de vitamina B12, que se deve à falta de uma molécula necessária ao transporte e assimilação da vitamina no intestino. Esta falha pode dever-se a causas genéticas, idade ou doenças autoimunes.
. Anemia megablástica – falta de ingestão de vitamina B12 ou ácido fólico. É mais comum em indivíduos que seguem uma alimentação vegetariana.

 

Sintomas

Os primeiros sintomas a surgir podem, muitas vezes, não estar relacionados com a anemia, daí que por vezes o diagnóstico seja difícil. Os sintomas são variados, desde síndrome das pernas irrequietas, dormência, perda de equilíbrio, zumbidos nos ouvidos, tonturas, défice cognitivo, falta de concentração, enxaquecas sem causa aparente, e depressão.

 

Vitamina B12

A vitamina B12 é produzida pelas bactérias presentes nos intestinos dos animais. Os humanos também produzem esta vitamina, no entanto não a conseguem absorver a partir da zona do intestino na qual é produzida. Assim sendo, a única forma de garantir a sua presença no organismo é através da alimentação.

A falta de vitamina B12 manifesta-se em disfunções ou desequilíbrios de uma forma generalizada no organismo, principalmente no sistema nervoso e na produção de células sanguíneas. Pode existir um défice desta vitamina mesmo que não haja um estado de anemia diagnosticado ou visível em análises de sangue.

A vitamina B12 é também essencial para a transformação de homocisteína em metionina. Se a homocisteína não for transformada acaba por se acumular no organismo provocando doenças cardiovasculares, hipertensão, enfartes, AVC, danos nos vasos sanguíneos e infertilidade. A homocisteína é considerada “o novo colesterol” e as consequências do seu desequilíbrio não estão ainda bem estudadas. Níveis elevados de homocisteína estão associados a danos nos vasos sanguíneos e podem conduzir a desordens como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, síndrome endotelial, infertilidade etc. Além disso, o excesso de homocisteína tem um efeito negativo sobre a saúde das células, o que está associado ao desenvolvimento de Alzheimer ou demência. A correlação com a depressão, distúrbios oculares e osteoporose está ainda a ser estudada.

 

Aumentar os níveis de vitamina B12: Quais os melhores alimentos?

A Vitamina B12 encontra-se apenas em alimentos de origem animal, tais como mexilhões, carne bovina, salmão, ostras e ovo (este com pouca quantidade).

 

Aumentar os níveis de Ferro: Quais os melhores alimentos?

Maiores níveis de absorção (15 a 35%) e biodisponibilidade – alimentos de origem animal como fígado, carne, peixes e vísceras, e gema de ovo (com uma média de dois ovos por dia).

Fontes de ferro de origem não animal – leguminosas (como o feijão), vegetais de folha verde escura (por exemplo agrião ou espinafres), beterraba (se optar por a cozer, saiba que assim terá menor concentração de ferro), rabanetes, quinoa, lentilhas e frutos secos.

Dica: associe sempre que puder com alimentos ricos em vitamina C (limão é o mais aconselhado) para melhorar a absorção do ferro. Pode optar por criar sumos com ingredientes como beterraba, salsa, espinafre, agrião, cenoura e limão ou kiwi.

 

Suplementação

No que toca a suplementos, convém relembrar que antes de iniciar qualquer toma deverá consultar o seu médico. De qualquer forma, a toma recomendada de ferro pode rondar os 15 a 60 mg por dia, de preferência associado à vitamina C.

Em relação à vitamina B12, a dose recomendada dependerá da via de administração. Por exemplo, de forma sublingual, rondará os 300 a 400 mcg. Se possível opte por um suplemento que associe a vitamina B ao fator intrínseco ou administrar sob a forma metilada ou sublingual.