278x170-shutterstock_254946541O que é doce nunca amargou, diz o ditado, contudo a longo prazo o consumo em excesso de açúcares pode ter consequências graves… obesidade, diabetes, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, inflamação, cáries dentárias entre outras.

Para começar é necessário ter a consciência de que o sabor doce é algo que, a maioria das pessoas, gosta instintivamente. A ingestão de açúcar dá sensação de prazer, por isso queremos repetir. Após a sua ingestão há libertação de neurotransmissores responsáveis pela ativação de áreas do nosso cérebro envolvidas na sensação de prazer. Esta sensação de bem-estar, tal como acontece com as drogas, é temporária e desaparece pouco depois após a ingestão.

Perfeito era se conseguíssemos educar o paladar de forma a habituarmo-nos ao sabor natural dos alimentos.

 

Mas se queremos iniciar este processo de desabituação, que alternativas temos ao açúcar comum?

Quando nos referimos a açúcar, estamos a falar de um dissacarídeo (açúcar simples) chamado de sacarose e que é facilmente transformado em frutose e glicose, açúcares simples que alteram com muita facilidade a glicémia (nível de açúcar no sangue).

Na maioria das vezes este açúcar é extraído da cana-de-açúcar e beterraba. Pode ser classificado quanto ao processo de refinamento em açúcar branco, açúcar amarelo, açúcar moreno e açúcar mascavado (também chamado de açúcar integral).

O açúcar mascavado é considerado o açúcar de eleição, sendo mais rico em vitaminas e minerais, devido ao melaço da cana que ainda se encontra presente e lhe confere a cor castanha. No entanto, continua a ser prejudicial e viciante, devendo ser consumido com “conta, peso e medida”.

Como alternativa natural temos o açúcar de coco, com origem na seiva da flor do coqueiro. É considerado o açúcar mais sustentável e uma boa opção ao açúcar de cana.

Em seguida podemos utilizar também o mel, geleia de cereais, xarope de agave, xarope de ácer, tudo proveniente de produções ecológicas.

A frutose também costuma ser uma referência na substituição de sacarose, mas por ser um açúcar ainda mais simples e facilmente absorvido, não deve ser consumido quando se encontra extraído do alimento que lhe deu origem. Exemplo: podemos usar purés de frutas, para adoçar bolos e outras doçarias, mas frutose simples, não.

Para quem ainda não consegue dispensar o sabor doce e pretende uma alternativa sem calorias, é preferível optar por stévia com origem biológica e pelo uso de especiarias como canela, gengibre e cardamomo, em vez de edulcorantes artificiais como aspartame, sucralose e outros. Os polióis, como xilitol e matitol, também são adoçantes utilizados em alimentos com redução de calorias, contudo quando consumidos em grandes quantidades, têm efeitos secundários sobre o sistema digestivo.

Mas nesta altura em que o Natal e Fim-de-Ano se aproximam é essencial ter cuidados redobrados.

Em resumo, aproveite esta quadra para partilhar bons momentos em família, sem exageros e cuide da sua saúde, optando por doces mais saudáveis à mesa!

Margarida Inácio – Nutricionista

 

DICA: Neste Natal, troque o açúcar branco refinado que usa nas suas receitas tradicionais, por Stevia, açúcar de coco ou mascavado, ou mel.