As doenças surgem em pessoas com inflamação silenciosa.

A alimentação tem um papel essencial no nosso estado de saúde e na forma como o corpo reage quando exposto a agentes agressores, tais como vírus, bactérias, fungos, fadiga, stresse, agentes químicos, xenobióticos entre outros. Quando existe uma exposição exagerada e constante a agentes agressores, como por exemplo alimentos ricos em toxinas e substâncias pró-inflamatórias, podemos desencadear um processo inflamatório crónico.

A inflamação cronica é patológica, perigosa para a saúde, diferente dos processos inflamatórios agudos que são normais e constituem um sistema defensivo do nosso organismo, sendo uma resposta essencial para combate dos agressores e defesa do organismo.

Os sinais de inflamação aguda (inflamação de curta duração) incluem vermelhidão, dor, calor e inchaço. No entanto, a inflamação crónica (inflamação de longa duração) é muitas vezes silenciosa e ocorre sem a manifestação de sintomas visíveis.

Por exemplo, quando consumimos produtos industrializados, cheios de aditivos e com proteínas para as quais não temos a capacidade de digerir, o corpo reage desencadeando a mobilização de células imunitárias, que atuam como mensageiras do sistema imunitário. Ou seja, este reage gerando uma resposta inflamatória.

O problema surge quando a inflamação é mantida. Pois aumenta a libertação de citoquinas inflamatórias que alteram o metabolismo do corpo, que está na origem de muitas doenças

A inflamação crónica promove um desequilíbrio do sistema imunitário podendo assim, levar o desenvolvimento de doenças, tais como, síndrome metabólica, diabetes tipo II, doença cardiovascular, défices nutricionais, problemas de sono, depressão, cancro, doenças autoimunes e degenerativas, entre outras doenças e distúrbios.

Porque surge a inflamação e o papel da alimentação

A inflamação surge em resposta a uma exposição crónica e exagerada a agentes agressores. Entre estes podemos destacar: uma má alimentação, tóxicos, poluição eletromagnética, stresse, sedentarismo. O problema surge quando a inflamação é mantida. Pois aumenta as citoquinas que alteram o metabolismo do corpo e que está na origem de muitas doenças

No que diz respeito à alimentação existem determinados alimentos que podem promover a inflamação, tais como:

  • Produtos industrializados, devido às substâncias químicas utilizados no processo de produção, como os corantes, conservantes e aromatizantes,
  • Hidratos de carbono refinados como o pão branco, massas, trigo,
  • Alimentos ricos em açúcar, como bolachas, produtos de pastelarias, cereais de pequeno-almoço,
  • Carnes vermelhas em excesso,
  • Leite e derivados,
  • Refrigerantes e bebidas alcoólicas,
Como combater e prevenir a inflamação

Para o combate e prevenção da inflamação é essencial começar por identificar os agentes agressores e eliminar e/ou reduzir a exposição aos mesmos, passando também pela adoção de uma dieta anti-inflamatória que, em conjunto com a prática de uma atividade física, sono adequando e controlo e/ou redução do stresse, pode proporcionar diversos benefícios como:

  • Melhoria dos sintomas de doenças autoimunes, como artrite.
  • Diminuição do risco de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, depressão, cancro.
  • Redução dos marcadores inflamatórios.
  • Melhoria dos níveis de açúcar no sangue (glicémia).
  • Melhoria dos níveis de energia.
Uma dieta anti-inflamatória passa pela redução da ingestão de alimentos inflamatórios e aumento da ingestão de alimentos anti-inflamatórios.
Os 8 alimentos que o podem desinflamar
  • Açafrão: possui propriedades anti-inflamatórias, sendo que quando conjugado com outros alimentos anti-inflamatórios, aumenta a sua ação.
  • Azeite: rico em gorduras monoinsaturados, que contribui para a redução do colesterol LDL, assim como para o bloqueio da produção de elementos químicos promotores de processos inflamatórios no organismo.
  • Frutos oleaginosos: neste grupo incluem-se as nozes, as amêndoas, avelãs, nozes da macadâmia, entre outros. Estes são ricos em antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres e a reparar os danos causados pela inflamação. Por exemplo, as nozes contêm ómega-3, um ácido gordo essencial, que reduz a inflamação.
  • Peixes gordos: como o salmão, a cavala, a sardinha, o atum e o arenque. Devido ao seu elevado teor em ómega-3 ajudam a reduzir os processos inflamatórios no organismo. O seu consumo deve de rondar as 3 vezes por semana.
  • Fruta: sendo de destacar os frutos vermelhos, como os morangos, amoras, mirtilos e framboesas muito ricos em antioxidantes. Também a presença de antocianinas, pigmentos que conferem cor, ajudam a combater as inflamações crónicas.
  • Vegetais de folha verde-escura: estes vegetais são muito ricos em vitamina E que é essencial para o combate aos processos inflamatórios. Temos como exemplos, os espinafres, brócolos e vários tipos de couves.
  • Tomate: rico em licopeno, antioxidantes, fósforo e potássio, que ajuda no fortalecimento do sistema imunológico.
  • Gengibre: este é rico numa substância ativa, o gingerol, que possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, ajudando a reduzir os níveis de inflamação, seja aguda ou crónica.
Em suma, podemos controlar e evitar a inflamação. Para tal é essencial a realização de uma alimentação cuidada, procurando privilegiar os alimentos anti-inflamatórios, utilizando-os o mais próximo seu estado natural, sendo também de preferir, sempre que possível os alimentos biológicos ou da horta.