Hoje em dia sabe-se que as amálgamas dentárias, vulgarmente conhecidas como o “chumbo nos dentes”, são um perigo para a saúde. As amálgamas contêm mercúrio e outros metais pesados que são libertados ao longo dos anos no seu corpo depositando-se em vários órgãos e tecidos. Muitas vezes são um dos principais fatores de desencadeamento de doenças graves, como a esclerose múltipla, a artrite reumatóide, autismo, Parkinson, etc., ou podem ser simplesmente as responsáveis pelos seus sintomas de cansaço, fadiga crónica, depressão ou enxaquecas. A proibição da amálgama é ainda bastante polémica, no entanto, a partir de 1 de Julho de 2018, vai ser proibida a sua colocação em crianças e grávidas.
1. Qual a composição das amálgamas dentárias?
As amálgamas dentárias são ligas que resultam da mistura de vários metais como a prata, o cobre e o estanho com o mercúrio. O mercúrio, um metal líquido, considerado pela OMS como um dos 10 compostos mais perigosos para a saúde, representa 50% da composição da amálgama dentária e é introduzido na sua forma elementar para que a amálgama possa ser manipulada e inserida na boca. Esta mistura de metais resulta numa liga muito resistente e que dura vários anos na boca. Outras propriedades conhecidas da amálgama dentária são a sua excessiva rigidez e elevada condução de calor que poderão ser bastante prejudiciais para o dente.
2. O mercúrio pode libertar-se das restaurações a amálgama dentária?
A boca é um ambiente em contante mudança. As restaurações da amálgama estão constantemente sujeitas a stress químico, físico e até electromagnético. Quando bebemos uma bebida fria ou um café quente, quando mastigamos uma pastilha, quando comemos alimentos muito ácidos, quando rangemos ou apertamos os dentes provocamos um grande stress nas amálgamas. Como as amálgamas são materiais metálicos funcionam como pilhas que estão carregadas positivamente e que facilmente se ligam a outros átomos como o oxigénio, libertando produtos de corrosão ao longo dos anos. Além disso, a saliva é um excelente condutor de corrente eléctrica e, na boca, basta existir mais do que um metal para que se formem terríveis correntes eléctricas que aceleram a libertação de iões metálicos. Estas correntes são responsáveis pelos choques galvânicos que os pacientes relatam muitas vezes. O mercúrio, como existe em maior quantidade e é o mais volátil, é o que se liga mais facilmente sendo libertado das amálgamas dentárias sob a forma de vapor. Hoje em dia sabe-se que estes fenómenos aceleram bastante na presença de radiações electromagnéticas como o wifi.
3. O mercúrio das amálgamas dentárias pode transformar-se em compostos tóxicos?
O mercúrio é um metal pesado extremamente volátil e muito perigoso para a nossa saúde. O mercúrio existe na sua forma elementar, inorgânica ou orgânica (a mais perigosa de todas). O mercúrio que existe nas amálgamas é o mercúrio elementar. Acontece que as bactérias, nomeadamente as que existem em grande quantidade na boca e que são responsáveis pelas cáries – Streptoccoccus mutans -, são as principais responsáveis por transformar o mercúrio elementar em Metilmercúrio (orgânico). Para facilitar ainda mais este processo, na mucosa da boca, e principalmente debaixo da língua, a capacidade de absorção é enorme. Desta forma, com apenas uma amálgama facilmente o seu corpo pode acumular quantidades impressionantes de metilmercúrio, ficado intoxicado com a forma de mercúrio mais prejudicial para a saúde. Além disso, as amálgamas dentárias são mais resistentes às forças de mastigação do que de tracção, o que significa que é muito frequente que a amálgama saia em bloco ao passar o fio dentário por exemplo e nestas ocasiões a probabilidade de a engolir é enorme. O estômago está também carregado de bactérias que possuem igualmente a capacidade de metilar e transformar o mercúrio.
4. Os compostos de mercúrio que se libertam das amálgamas dentárias serão suficientes para provocar doença?
Como todos sabemos os termómetros e outros dispositivos com mercúrio foram proibidos no mercado. No entanto, as amálgamas dentárias, que são compostas por 50% de mercúrio, continuam a ser colocadas na maioria dos países. Este assunto é bastante polémico e ainda não existe nenhuma lei em Portugal que proíba a colocação de amálgamas nem que apoie a sua substituição, no entanto, na Noruega por exemplo, a amálgama está proibida desde 1991.
Vários estudos revelam que, em pessoas susceptíveis e com elevada sensibilidade aos metais pesados, serão necessárias apenas pequenas doses de mercúrio para provocar doença. A libertação de 1-10mcg de mercúrio por dia poderá ser suficiente para desencadear uma série de doenças graves, principalmente para um feto em formação dado que o mercúrio atravessa a barreira hemato-encefálica. Uma boca restaurada com amálgamas pode libertar pelo menos 150mcg de mercúrio por dia. Estes valores são relativos uma vez que cada vez que uma pessoa ingere uma bebida quente ou escova os dentes a quantidade de mercúrio que é libertada aumenta bastante. Por exemplo, se estiver 2 minutos a mastigar uma pastilha poderá libertar até cerca de 300mcg de mercúrio de cada uma das suas amálgamas.
5. Quais são os riscos para a saúde de quem possui restaurações a amálgama?
As restaurações a amálgama podem criar níveis elevados de intoxicação pela acumulação de metais pesados, nomeadamente de mercúrio, nas articulações, ossos, cérebro, pulmões, rins, fígado, etc. Dependendo da susceptibilidade de cada pessoa as consequências poderão ser mais ou menos graves. Sintomas como fadiga crónica, depressão, cansaço extremo, confusão mental, falta de memória, distúrbios do sono, alterações intestinais, alergias, etc., estão frequentemente associados à intoxicação por metais pesados e, uma das fontes principais, é a presença de amálgamas na boca. A maioria das pessoas tem amálgamas há muitos anos e, ao longo de todos esses anos, estas foram criando efeitos tóxicos no organismo. Na gravidez a intoxicação por metais pesados provenientes das amálgamas pode chegar ao feto e ser responsável por autismo e atraso no desenvolvimento. Além disso, doenças auto-imunes como arterite reumatóide e o lupus ou doenças neurológicas como a esclerose múltipla, o Parkinson ou o Alzheimer estão muitas vezes associadas à intoxicação por metais pesados e é bastante frequente que o foco principal venha das amálgamas dentárias que as pessoas possuem ou que possuíram durante muitos anos e que depois foram removidas sem nenhum cuidado especial.
6. Como saber se as suas restaurações a amálgama estão a intoxicá-lo?
Nas Clínicas Viver temos um conjunto de questionários com perguntas específicas que nos permitem perceber se a pessoa poderá estar intoxicada ou não pelas amálgamas. Além disso, existem vários exames que se podem fazer ao sangue ou através do cabelo. Ao sangue, por exemplo, o exame pode ser feito a vários metais. Existem inclusivamente perfis específicos para a amálgama dentária, no entanto é importante saber que a informação que recebemos deste tipo de exames é apenas a sensibilidade que cada pessoa apresenta a cada tipo de metal, o que não esclarece se a pessoa poderá estar ou não intoxicada. De qualquer forma, se apresenta elevada sensibilidade e possui amálgamas dentárias será sempre indicada a sua remoção com um protocolo de segurança. A bioressonância é outra forma que temos disponível nas Clínicas Viver e o resultado deste exame é bastante completo, pois permite saber se a pessoa está intoxicada, a que metal específico e em que localização do corpo poderá estar acumulado esse metal. Este tipo de exame permite um tipo de desintoxicação e acompanhamento adequado do paciente.
7. Deve ou não remover as amálgamas ou será que não é preferível polir e mantê-las na boca?
Desde que seja utilizado o protocolo de remoção das amálgamas de forma segura e que este seja utilizado de forma rigorosa, as amálgamas dentárias devem ser removidas, sim. Dependendo de cada caso, a sua remoção poderá ter de ser mais rápida ou poderá ser feita em várias etapas e mais espaçadas. A consulta de avaliação inicial é fundamental para definir qual o melhor plano de tratamento para aplicar ao seu caso.
Polir as amálgamas NUNCA. O seu polimento, mesmo quando efetuado com a escova numa simples consulta de higiene oral acelera muitíssimo a libertação de vapor.
Elimine as amálgamas de forma segura e ganhe saúde
8. Existe algum cuidado especial a ter para remover as restaurações a amálgama de forma segura?
A remoção das amálgamas dentárias deve obedecer a um protocolo rigoroso regulamentado por entidades certificadas para o efeito. É muito importante que todos os cuidados sejam seguidos durante a remoção das amálgamas, para que a pessoa não corra o risco de ficar intoxicada com níveis ainda maiores de mercúrio.
Nas Clínicas Viver utilizamos o protocolo de uma forma muito metódica e rigorosa para protegermos ao máximo os nossos pacientes. O uso de protecções na pele, cabeça, face e olhos do paciente, do médico e da assistente é obrigatório. Além disso, colocamos máscaras com oxigénio nos doentes e os profissionais usam uma máscara própria com filtros específicos para os vapores de mercúrio. O dente a tratar é completamente isolado por um dique de borracha e a aspiração, irrigação e refrigeração são totalmente reforçadas naquela zona.
9. Como é restaurado o dente após a remoção das amálgamas?
Em função do tamanho da amálgama o dente pode ser restaurado imediatamente na mesma consulta ou, caso a área a restaurar seja bastante extensa, poderá ter de ser restaurado pela técnica indireta, a qual implica mais uma consulta. Com esta técnica garantimos que o dente nunca perde resistência e nunca poderá ficar com sensibilidade. Em termos de materiais, aconselhamos sempre que o dente seja restaurado com uma resina composta, de preferência sem BPA ou se possível por uma cerâmica. De todos os materiais, a cerâmica é considerada o mais biológico para o corpo e o mais parecido com o dente. Nas Clínicas Viver podemos também testar qual o material mais indicado para o seu caso. A importância da consulta de avaliação tem a ver precisamente com a necessidade de definir e personalizar o plano de tratamento mais adequado a cada pessoa. O tipo de dente em questão, a relação que esse dente tem com os órgãos e a situação de saúde da pessoa são também alguns dos fatores que temos de avaliar.
10. Devo fazer alguma desintoxicação quando removo as restaurações a amálgama?
Quando vai remover uma amálgama dentária é extremamente importante que faça uma desintoxicação dos órgãos emunctórios (fígado, rim, pele, sistema linfático, intestino) e uma suplementação específica para quelar os metais que se encontram no seu organismo. Nas Clínicas Viver avaliamos previamente qual o protocolo de desintoxicação e quelação mais adequado para o seu caso, podendo inclusivamente testar os produtos mais indicados para si.
Marque uma consulta e informe-se se as suas amálgamas podem estar a prejudicar a sua saúde